Requisitos de reserva bancária travam indústria de criptomoedas
Os requisitos de capital que os bancos precisam seguir, estabelecidos pelo Comitê de Supervisão Bancária de Basileia, estão gerando uma preocupação crescente na indústria de criptomoedas. Chris Perkins, presidente da CoinFund, aponta que essas regras acabam criando um “ponto de estrangulamento” que torna o crescimento das criptos mais difícil. Para ele, essa situação restringe as operações bancárias com moedas digitais, tornando-as muito caras.
Essas normas impõem reservas altas para os bancos que mantêm criptomoedas, o que reduz o retorno sobre o patrimônio líquido, uma métrica vital para avaliar a lucratividade de um banco. Perkins afirma que, com custos elevados, os bancos tendem a recuar, escolhendo não se envolver com criptoativos. Ele destaca que, se for investir, a preferência vai naturalmente para negócios que oferecem um retorno mais promissor.
Recentemente, ele também criticou o Banco de Compensações Internacionais (BIS) pelas suas propostas de implementar regras rigorosas de conhecimento do cliente em protocolos de finanças descentralizadas e stablecoins, argumentando que isso fere os princípios fundamentais das redes descentralizadas. Para Perkins, o verdadeiro risco no sistema financeiro vem da incapacidade das estruturas tradicionais de se adaptar às mudanças tecnológicas, enquanto as redes digitais operam 24 horas por dia, conectando pessoas e liquidez instantaneamente.
Banco de Compensações Internacionais continua firme contra as criptomoedas
O BIS, que funciona como o banco central dos bancos centrais, divulgou um relatório afirmando que as criptomoedas podem ameaçar a estabilidade do sistema financeiro. Os autores do documento alertam que o avanço do mercado de criptoativos pode agravar as desigualdades de riqueza e pedem maior regulamentação por parte dos governos.
Em junho, o BIS lançou um novo relatório, intitulado “Crescimento de stablecoins: desafios e abordagens políticas”. Nessa publicação, eles mencionam que as stablecoins não atendem adequadamente aos requisitos de um bom meio de pagamento e podem trazer riscos significativos ao sistema financeiro.
Além disso, o BIS tem insistido na necessidade de adoção de moedas digitais emitidas por bancos centrais (CBDCs) e de tecnologias digitais centralizadas como uma alternativa viável às criptomoedas descentralizadas. Essa pressão pode provocar debates importantes sobre o futuro das finanças digitais e o papel que as instituições financeiras tradicionais desempenharão nesse novo cenário.